Do desapego

No curso de reiki aprendemos a trabalhar com energia no geral e um dos ensinamentos foi a importância de praticar o desapego, em relação a objectos, situações mas também a pessoas.

O desapego permite-nos lidar melhor com possíveis situações de ruptura mas também a levar uma vida emocional mais leve, uma vez que não nos tornamos reféns daquilo que possuímos. Este sentimento não introduz frieza nem distância, mas antes um sentimento de independência, a busca do amor incondicional, aquele que dá sem esperar nada em troca.

Não é algo que seja fácil para mim porque não me é natural. Sou, pelo contrário, bastante ligada a tudo o que me rodeia e isso pode ter sido uma das causas (ou consequência, não sei...) da pessoa ansiosa que sou.

Custou um pouco (custou muito, na verdade...) mas este ano tentei colocar o desapego em prática, também no que diz respeito às pessoas. Aqueles que sabia estar a tentar manter por perto só por medo de perder... simplesmente, deixei ir. O mais curioso? Algumas das pessoas que "deixei ir", acabaram por ficar, de modo mais intenso do que antes... Outras com quem já não tinha ligação há uns tempos, voltaram a entrar na minha vida. As que foram mesmo, foram e pronto... sem mágoa.

Tive mais surpresas boas do que negativas (no fundo, as negativas eram as que esperava mas não queria reconhecer). Sinto-me mais preenchida agora. Sei que quem ficou era quem tinha (mesmo) que estar comigo e que, de uma maneira ou de outra, foram aqueles que não me deixaram ir abaixo num ano tão complicado como foi o último... E sou grata por isso.

“Dê a quem você ama:
asas para voar,
raízes para voltar
e motivos para ficar.”
Dalai Lama