sábado, 27 de janeiro de 2007

Para onde corremos?

A manhã começou mais cedo de modo a poder assistir a mais uma reunião de estágio de assistência obrigatória. Nos dias de trabalho na farmácia posso acordar pouco antes da hora de entrada, mas chegar a Lisboa implica um despertar antecipado. E depois de muitas manhãs sem qualquer tipo de stress (vou a pé e bem devagar para a farmácia) voltei a reviver os cinco anos de manhãs agitadas para chegar a Lisboa: pessoas que correm, barafustam por tudo e, sobretudo, por nada e empurram as outras no metro. Mas correm para quê? Correm porquê?
Durante algum tempo eu era mais uma dessas pessoas, sempre enervada sem saber se ia chegar a horas ou não. Depois de uma época conturbada com crises de ansiedade decidi abandonar esse espírito matinal agressivo. Passei a deitar-me e a acordar mais cedo de modo a não viajar na hora de maior trânsito, o que implicava chegar bastante cedo à faculdade mas permitia-me ter algum tempo para estar com amigos igualmente madrugadores, tomar um chocolate quente nos dias frios e tirar as últimas dúvidas sobre uma matéria. Resolvi também passar a ficar sempre para o fim nas entradas e saídas dos comboios e começar a fazer as viagens acompanhada de música.
O mundo vive a correr e não se apercebe que podia ganhar muito mais se procurasse algo que está muito na moda: qualidade de vida. Sei que nem sempre é possível e a vida dos dias de hoje não permite determinadas filosofias, mas o stress traz consigo diversas complicações de saúde, que podem não ser visíveis no imediato mas de certeza que um dia se vão manifestar.


“Um cansaço de mundos para apanhar um eléctrico...”
(Adiamento – Álvaro de Campos)

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