terça-feira, 14 de novembro de 2006

Aparição

“Porque só há a verdade do que somos ou do que reinventamos como nosso.”

Recordo sempre com alguma saudade a minha visita “escolar” a Évora em 2001, para percorrer os caminhos da obra de Virgílio Ferreira. Era uma terça-feira algo chuvosa e havia teste de matemática no dia a seguir. Assim sendo, a maioria da turma não foi porque queria aproveitar a tarde livre para estudar. Como tinha anulado a cadeira, porque precisava de uma nota melhor, decidi que não podia perder a viagem. Mesmo sem nenhuma amiga para me acompanhar.
Acabei por viajar com um colega de turma e foi muito interessante porque acabámos por aproveitar bastante bem a visita, mais numa perspectiva de “outsiders”. Lembro-me que vimos o Templo de Diana, a Praça do Giraldo e uma série de outros pontos da história de manhã. Ao almoço fomos para um parque de merendas e almoçámos a ouvir Hélder – O rei do Kuduro (algo que nunca me passaria pela cabeça). Ao regressar para junto dos outros visitantes, apanhámos chuva e tivemos que nos abrigar debaixo das arcadas da Sé, onde posteriormente entrámos, mas não iluminámos nenhum candeeiro (era preciso colocar uma moeda de cinquenta escudos e achámos que isso não tinha muito jeito). Antes de voltar visitámos a Capela dos Ossos.
Moral da história: eu e esse colega nem éramos muito próximos, mas dada a situação acabámos por nos divertir e aproveitar a oportunidade.

“Mas qualquer eco de desespero vibrava ainda em mim, vinha ainda e sempre talvez, porque é possível que só aí eu esteja certo e a evidência que me queima seja a procura ou a expressão disso que sou e me recuso. Assim te atravessei por fim da minha loucura ou da minha raiva, esse gosto furioso de vencer em ti o que em mim resistia ou me alucinava.”

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