quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Preocupem-se com a saúde dos doentes e deixem-se de inventar

"O Público escreve que a Ordem dos Médicos está a preparar uma campanha contra a nova proposta de lei de prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI), apresentada pelo Governo e que será votada na Assembleia da República na próxima sexta-feira. A acompanhar a receita de um medicamento, os doentes vão passar a receber um folheto entregue pelo médico a aconselhá-los a não autorizar qualquer alteração ao fármaco que lhes foi prescrito. "Vamos aconselhar o doente a confiar no seu médico, na sua experiência e conhecimento, e a não se deixar ultrapassar por critérios comerciais", disse José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, que hoje promove um debate no Porto." in DN Online


Mais uma vez a querer insinuar que os farmacêuticos são apenas comerciantes... Sinceramente, estando a estudar 6 anos e tendo noção do que aprendi, acho isto uma ofensa! E uma desconfiança em relação ao Infarmed, o que também é bastante grave uma vez que coloca em causa a avaliação dos medicamentos que estão no mercado no nosso país.


É um assunto polémico, claro que sim. Mas eu sei bem do que estou a falar...

11 comentários:

Anónimo disse...

A Ordem dos Médicos opõe-se a tudo o que não é em seu favor. Desta forma, passam sempre a ideia de que farmacêuticos não entendem tanto de medicamentos quanto eles (incrível!) e que os enfermeiros não são tão bem formados nem competentes.
Noutros países, não é assim, a medicina não é uma disputa pelo poder.

Anónimo disse...

Acho que há questões mais importantes de momento, como o facto de nos centros de saúde os enfermeiros passarem a desempenhar as funções dos médicos por falta destes. É ridículo e gravíssimo para o paciente.

Pusinko disse...

Olha que eu confio mais no farmacêutico de família (da farmácia à qual vamos sempre) do que num médico que queira receitar especificamente medicamento X. Ouço sempre conselho dele.
São opiniões fundamentadas e isso conta.


Beijinhos!

Bloguisticamente disse...

E trancar receitas de um genérico de determinado laboratório porque 'aquele é que é bom' e na semana que vem trancam de outro 'porque aquele é que é bom'.
Ainda se ao menos fossem coerentes...

A lei da prescrição da DCI só peca por ser tardia. (Já foi efectivamente aprovada? Ou ainda é só mais uma discussão?)

Lipa disse...

Acho isto indecente!

Anónimo disse...

Maria, garanto-lhe que um enfermeiro sabe tanto quanto um médico. Apenas não tem a autonomia que merece. Mas é por esse tipo de pensamento que, em Portugal, os enfermeiros continuam a ser vistos como inferiores, quando muitas vezes, são eles que salvam a vida de muitos doentes. Não desprezando a enorme importância de um médico, é claro, aliás, é dito e sabido que, um médico não consegue trabalhar sem o enfermeiro e o enfermeiro não consegue trabalhar sem o médico. Logo, não há nada de grave nos enfermeiros aplicarem os seus ENORMES conhecimentos num paciente. Espero que mude de mentalidade.

Turtle disse...

É que custa-lhes um bocado os doentes terem medicamentos mais baratos e depois eles não poderem ter férias à borla... não é justo para os pobrezinhos dos senhores doutores pois não? Essa história de bioequivalência é só marketing também! Os farmacêuticos são comerciantes, passam 5 anos a estudar para poderem enganar as pessoas a envergar uma bata branca, só pode ser isso. Que mentalidade vergonhosa, a desta gente.

Iza disse...

Acho ridícula a notícia.

Quem quiser pode ler mais aqui: http://farmacia.netfarma.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7180&Itemid=1
(foi o meu querido namorado que descobriu esta pérola)

Os médicos, no geral, não gostam dos farmacêuticos ponto. Então bora inventar que eles só querem é ganhar dinheiro e que são comerciantes e que os genéricos é tipo produto da loja dos chineses. O problema deles é que nós percebemos mais de medicamentos, mas aproveitam-se da autoridade que têm. Porque a farmacologia deles não é praticamente nada comparada com a dos alunos de Ciências Farmacêuticas. Sei do que falo porque conheço muitas estudantes de medicina já em anos avançados que me vêm fazer perguntas e a quem perguntei se conheciam um determinado nome de uma SA (supostamente conhecida para os médicos) e ficaram todas a olhar para mim qual burro a olhar para um palácio. Devia haver mais respeito pelos farmacêuticos porque quem percebe do assunto sabe que as margens de lucro das farmácias são bem menores do que as margens dos laboratórios. Então agora nem se fala... E não são os farmacêuticos que vão passear à Conchichina só porque dispensam uma determinada marca. Além de que, eles deviam efectivamente ter uma só cadeira para interiorizarem bem o conceito de genérico, o processo de fabrico, aprovação etc. Para lhes dar alguma inteligência nesse campo.
Queria vê-los com uma pensão minúscula a não ter dinheiro para os medicamentos porque só podem comprar os de marca porque o Sr. Doutor assim o quis. Os médicos (no geral, mais uma vez o digo) não querem simplesmente deixar de ter todo o poder que têm hoje.
Devia haver mais respeito para com os farmacêuticos porque opiniões como as deste senhor só impedem que haja uma boa relação entre profissionais de saúde e consequentemente um bom trabalho conjunto.
Por outro lado, o nosso bastonário (ainda não estou na Ordem mas espero vir a estar) fica quase sempre calado. Não me lembro da última vez que nos defendeu...

Foi o que comentário mais longo que alguma vez escrevi, peço desculpa mas não consegui conter-me.

Patricia disse...

Os médicos são a classe profissional que mais se protege e obviamente estão a olhar pelos interesses deles, deles e deles... Bjs

stiletto disse...

Esta conversa dos médicos sobre os genéricos já ultrapassa o limite do razoável. Felizmente o Infarmed publicou, na sua página, um comunicado muito elucidativo. Pode ser que os médicos aprendam alguma coisa.

A Chata disse...

Ainda vou ver tantas receitas com prescrição por marca com justificações absurdas... Vai funcionar tão bem como as supostas receitas informatizadas... Nhé!