Há 10 anos atrás vivia tempos completamente diferentes. Era uma pessoa totalmente diferente daquela que sou hoje. Estava no meu 12º ano e acabava de perceber que, de repente, tinha deixado de gostar da pessoa por quem tinha estado apaixonada anos a fio. O 12º ano foi um ano em que vivi muitas emoções, qual Álvaro de Campos.
Depois de perceber que aquele amor platónico tinha chegado ao fim, interessei-me por um rapaz que estava na turma a fazer cadeiras. Rapidamente começou a namorar com uma das criaturinhas mais irritantes da turma e tão rapidamente deixou de me interessar. Mas aquele mês em que durou a paixão foi muito importante para mim. Percebi que estar apaixonada era muito bom, que se devia aproveitar enquanto durava aquele estado de borboletas na barriga. Falava com ele na net. Foi ele quem me deu a conhecer a teardrop (que já era o meu nick, mas eu não conhecia a música). Foi ele quem me deu a conhecer os Muse, os Hooverphonic. Foi ele quem me fez cometer um pequeno delito, aproveitando-me do facto de ser delegada de turma. Como ele só ia a duas cadeiras fiquei com o cartão dele para entregar e fiz fotocópia para ficar com a foto (fotocópia a cores...). E sobre ele, bem... foi isto.
O 12º ano foi também o ano em que ser popular começou a ser importante. Começámos a dar-nos com pessoas bastante diferentes. Tinha os amigos dos graffitis, que os faziam com os nossos nicks.
E de Fevereiro a Abril vivi uma experiência que mudou a minha vida para sempre. Envolvi-me com uma pessoa só porque sim. Porque precisava disso para me afirmar a mim mesma. Porque estava farta de ser a menina certinha e das boas notas. A que ajudava toda a gente. A que não fumava nem cigarros nem ganzas apesar de estar sempre com eles. Aquela que chorou durante anos por um amor não correspondido e que se esfumou de um dia para o outro. E só porque sim, as coisas acabaram por correr bastante mal. Fui enganada e esse facto conseguiu arrasar todo o meu ser. Perdi amigos por causa disto. Arranjei muitas chatices. Refugiei-me no preto. Sempre, todos os dias. Escondi-me nas músicas que me faziam chorar. Achei que ninguém nunca ia amar-me de verdade.
Estava perto dos exames de acesso à faculdade e tudo isto fez com que, inconscientemente, acabasse por colocar em risco 12 anos de árduo trabalho. Foi por pouco que não deitei tudo a perder.
Olhando para trás sei que todas estas coisas foram muito importantes para a construção da pessoa que sou hoje. Para saborear a vitória temos que perder algumas vezes.
7 comentários:
Claro que sim, para construir o nosso ser interior temos que passar por tudo, por vitórias e perdar, por alegrias e tristezas, por tantas lágrimas como gargalhadas, por tantas coisas boas demais e más demais.
O mais importante é conseguir seguir sempre em frente e tu conseguiste e vais conseguir sempre.
Em 10 anos mudamos mesmo muito, eu há 10 anos atrás tinha 18, quase a fazer 19, e também foi aí que a minha vida mudou, em todos os sentidos.
As fases que atravessamos são sempre importantes pois acabamos de retirar algo delas. São elas que nos ajudam a crescer como pessoas e a seguir em frente. Daqui a um mês cá estaremos para te ajudar a apagar as 27 velinhas.
Bjnhos
Crescer é isso mesmo querida :) Foi tudo isso que te fez ser a pessoa que és hoje. Uma querida, portanto :P
Beijinho :)
Podes crer, o que não nos mata, tornam-nos mais fortes. :)
São fases necessárias sem elas nao conseguiriamos crescer. Espreita o meu blog , é sobre tendências, moda, e produtos de beleza. Espero que gostes, e quem sabe, se gostares podemos seguir-nos via Google, o que achas? Se tiveres facebook dá uma olhada na minha página e no meu twitter . Beijinhos, Jo
Tudo isso faz parte da vida.
Hoje somos quem somos devido a tudo o que aconteceu na nossa vida. O mau e o bom.
Foi o primeiro post teu que eu li e sinceramente...gostei muito. Identifiquei-me.
Um beijinho.
há 10 anos atrás já todos tinhamos a "nossa" personalidade em forma embrionária.. é interessante encontrar colegas de escola que não víamos há 10 anos.. alguns são tal e qual o que inconscientemente esperávamos enquanto outros parecem ter mudado completamente... ou seja, somos moldados pelas experiências e rumo que optamos na vida
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