Dos farmacêuticos...
De repente toda a gente decidiu começar a ofender os farmacêuticos. Gostava de relembrar que ainda há bem pouco tempo eram o profissional de saúde em quem a população mais confiava.
E como quem não sente não é filho de boa gente, venho aqui dizer (a ROXO, a nossa cor) que bons e maus profissionais há em todas as profissões. Não sabiam ainda? Então ficam a saber. Que nem todos os farmacêuticos ganham rios de dinheiro, até porque a maioria de nós não tem uma farmácia (e mesmo assim já existem farmácias a atravessar períodos de crise). Que muitos de nós somos farmacêuticos por convicção e não por frustração. Porque damos muito de nós aos outros, à saúde e à prevenção.
Venho também dizer que durante os meus tempos de farmácia nunca vendi banha da cobra e acredito que muitos dos meus colegas também não o façam. E quando os doentes não têm dinheiro para pagar os medicamentos não há pessoa a quem isso magoe mais do que a quem está do outro lado.
A saúde é um negócio? Sim, claro, obviamente. Mas temos um código deontológico e penso que o tentamos cumprir. Soa a ingenuidade? É isto que sinto, é nisto que acredito e não gosto que generalizem. Porque faço parte dessa classe e se não nos defendermos ninguém o fará por nós...
E se tiver que haver uma revolução, que seja com violetas...
13 comentários:
Concordo plenamente. Maus profissionais há em todas as áreas. No meu caso particular, só tenho a dizer maravilhas de quem me atende sempre que preciso.
Beijinho querida :)
Eu confio em vocês minha querida, mas podias esclarecer-me. O que é banha de cobra?
Também sou Farmacêutica e acompanho teu blog a algum tempo, apesar de nunca ter feito nenhum comentário.Só tenho a dizer que tens toda a razão naquilo que escreveste. Quando muitas vezes somos o primeiro e senão o único profissional de saúde a que algumas pessoas recorrem. Era bom que todos reconhecessem o nosso valor.
Beijos
Vera,
"Banha da cobra" é algo que não serve para nada mas que é vendido como tendo efeitos magníficos. Nunca foi essa a minha filosofia. Aconselhava aquilo que eu sabia que era o mais adequado a cada situação. Nos produtos em que confiava e aqueles que os doentes me vinham dizer que tinham resultado. Claro que cada pessoa reage de modo diferente a um tratamento mas era bom ter um feedback como suporte de aconselhamento.
Beijinhos
Não podia estar mais de acordo. A começar pela Sra Ministra da Saúde que só sabe criticar os farmacêuticos. O que é certo é que as pessoas continuam a acreditar nas farmácias e nos profissionais que lá estão, essencialmente porque nós damos mesmo tudo por eles.
Eu confio em alguns farmacêuticos, porque nem todos são confiáveis... Respeito a profissão como qualquer outra!
:)
concordo cntg. n ta facil..
Maria
Ora nem mais.
Eu gostava de saber é o que é que a Sra Ministra pensa dos senhores doutores que se recusam, por exemplo, a passar atestados médicos no SNS, mas que (caso o utente pague os muitos € da consulta) o fazem de boa vontade no seu consultório privado.
Já diz o ditado, faz o que eu digo não faças o que eu faço...
hello!
não estando a acompanhar a 100% aquilo que se diz pelas notícias nacionais, creio que a "perseguição" à classe farmacêutica não é só de agora, infelizmente. É baseada num estereótipo, tal como referes brevemente e é sobretudo devido à banalização da profissão que a população em geral gosta de fazer (como "vender caixinhas atrás do balcão"). Concordo com a tua mensagem geral, se não formos nós farmacÊuticos a defendermo-nos, quem será? A OF tem um papel crucial nesta defesa de imagem profissional, no entanto acho sempre que a ANF consegue superar a OF nessa tarefa - veja-se pelos anúncios das Farmácias Portuguesas, por ex..
Só os utentes com rendimento/pensão mínima é que sabem em que cruzada estão quando têm tanto medicamento para pagar e tão pouco orçamento.
No entanto, a melhor prova de que as farmácias são o melhor serviço público de saúde no país é o facto de tradicionalmente se criarem vendas suspensas e facilitar a venda do medicamento necessário mediante receita médica (claro!), no seu preço reduzido.
Todos os profissionais do ramo sabem bem que isto acontece, e é uma prova do quanto profundas são as dificuldades económicas da maioria dos utentes de farmácias portuguesas. Coisa que não é só de agora (por causa da crise), sempre foi e, infelizmente, parece que continuará assim ou pior.
Para ser sincera, já pensei muito sobre o quanto seria diferente se houvesse uma empresa como a boots ou lloyds a tomar conta de grande percentagem de farmácias em Portugal?
Tarefas definidas e creditadas a quem tem o valor para as cumprir. Um farmacêutico não pode dispensar e aconselhar sobre medicamentos e depois andar a vender chupetas como um delegado da Chicco. Lamento, mas para ser sales-woman, teria ido para a business school.
Uma venda não é só simplesmente uma venda. E isto foi o que me mais desencantou da farmácia em Portugal.
Aquilo que me faz ainda mais confusão é a legislação a meio gás da propriedade de farmácia. Isso sim, ainda há-de vir o dia em que o que se passa no mundo real é finalmente explicado ao público com pés e cabeça.
(desculpa o devaneio...)
xxx
hello!
não estando a acompanhar a 100% aquilo que se diz pelas notícias nacionais, creio que a "perseguição" à classe farmacêutica não é só de agora, infelizmente. É baseada num estereótipo, tal como referes brevemente e é sobretudo devido à banalização da profissão que a população em geral gosta de fazer (como "vender caixinhas atrás do balcão"). Concordo com a tua mensagem geral, se não formos nós farmacÊuticos a defendermo-nos, quem será? A OF tem um papel crucial nesta defesa de imagem profissional, no entanto acho sempre que a ANF consegue superar a OF nessa tarefa - veja-se pelos anúncios das Farmácias Portuguesas, por ex..
Só os utentes com rendimento/pensão mínima é que sabem em que cruzada estão quando têm tanto medicamento para pagar e tão pouco orçamento.
No entanto, a melhor prova de que as farmácias são o melhor serviço público de saúde no país é o facto de tradicionalmente se criarem vendas suspensas e facilitar a venda do medicamento necessário mediante receita médica (claro!), no seu preço reduzido.
Todos os profissionais do ramo sabem bem que isto acontece, e é uma prova do quanto profundas são as dificuldades económicas da maioria dos utentes de farmácias portuguesas. Coisa que não é só de agora (por causa da crise), sempre foi e, infelizmente, parece que continuará assim ou pior.
Para ser sincera, já pensei muito sobre o quanto seria diferente se houvesse uma empresa como a boots ou lloyds a tomar conta de grande percentagem de farmácias em Portugal?
Tarefas definidas e creditadas a quem tem o valor para as cumprir. Um farmacêutico não pode dispensar e aconselhar sobre medicamentos e depois andar a vender chupetas como um delegado da Chicco. Lamento, mas para ser sales-woman, teria ido para a business school.
Uma venda não é só simplesmente uma venda. E isto foi o que me mais desencantou da farmácia em Portugal.
Aquilo que me faz ainda mais confusão é a legislação a meio gás da propriedade de farmácia. Isso sim, ainda há-de vir o dia em que o que se passa no mundo real é finalmente explicado ao público com pés e cabeça.
(desculpa o devaneio...)
xxx
Só posso dizer uma coisa: concordo a 100% contigo. Tão depressa somos os melhores, como logo a seguir já não prestamos para nada...
É muito revoltante...
***beijinhos
Digo-te sinceramente, NUNCA tive razão de queixa de algum farmaceutico, bem antes pelo contrário, para mim eles são um modelo de humanidade para atenderem as pessoas, outros deveriam seguir o exemplo! bjs
Farmacêutica?!!
Colegas?! ;)
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