"Nos Paços de Medranhos, a que o vento da serra levara vidraça e telha, passavam eles as tardes desse Inverno, engelhados nos seus pelotes de camelão, batendo as solas rotas sobre as lajes da cozinha, diante da vasta lareira negra, onde desde muito não estalava lume, nem fervia a panela de ferro. Ao escurecer devoravam uma côdea de pão negro, esfregada com alho. Depois, sem candeia, através do pátio, fendendo a neve, iam dormir à estrebaria, para aproveitar o calor das três éguas lazarentas que, esfaimadas como eles, roíam as traves da manjedoura."
Este é um excerto do conto O Tesouro de Eça de Queiroz. Uma obra que li durante o 9ºano e cujas frases mais importantes não mais esqueci... Para além da história e da lição que podemos tirar dela. Assim, recomendo a quem quiser, a leitura deste texto. Escrito há mais de 100 anos continua a ser de uma actualidade gritante, tal como a maioria das obras de Queiroz.
Hoje, fez-me muito sentido recordar este conto.
2 comentários:
Vamos mandar "pastar" o trabalho e comer tripas ;) Ou tortas!
boa sugestão.
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