Só a mim...

No departamento onde eu trabalho temos coisas que existem na empresa para uso geral mas só para nós, para não termos que partilhar porque trabalhamos numa área onde tudo é urgente.

E então temos uma destruidora de papel do tempo da MariCaxuxa. Estava eu a dar cabo de umas folhas quando encravei a geringonça. Porquê? Porque a máquina só come 2 a 3 folhas de cada vez e eu estava a colocar às resmas de 5 (uma farturinha). As 5 iam com alguma dificuldade, mas ela lá ia mastigando. O problema foi que não esperei que ela acabasse de digerir as folhas até ao fim e enfiei-lhe mais 5... E ela parou. O desespero apoderou-se de mim porque aquilo ficou num estado muito pouco engraçado, mas rapidamente fiz aquilo que normalmente é normal em mim nestas situações: desatei-me a rir! Iniciei uma caça a um qualquer botão que me permitisse separar os dentes da maquineta e facilmente desencravar a coisa. Mas em mil-nove-e-carqueja ainda não se faziam esses botões... Bom, resumindo: passei mais de meia hora sentada no chão, munida de instrumentos tão avançados como uma tesoura, um x-acto, um abre-cartas e um clip desdobrado. Enquanto trabalhava o meu telefone ia tocando de 5 em 5 minutos, o que me obrigava a levantar daquele trabalho de paciência e ir a correr para a minha secretária na sala ao lado, o que me fez pensar mais asneiras por minuto que num dia normal inteiro. Ainda vi o caso bastante mal parado mas depois pensei: caramba, fizeste um Mestrado de gajos e tiveste a melhor nota... tens que te desenrascar!

Depois disto, Teardrop Alexandra nunca voltará a colocar mais do que 3 folhinhas e esperará sempre que a destruidora acabe de comer as que já lá estavam...

Nota MUITO importante: todo este belo episódio ocorreu na ausência da minha chefe.