Os enfermeiros fazem inúmeras vezes greves para melhorar a sua situação contratual. Nada contra, nem contra os enfermeiros nem contra a greve. Mas um destes dias vi colado na porta de uma enfermaria de um hospital um autocolante que dizia qualquer coisa como "se os enfermeiros não estivessem aqui, como seria?". Ninguém lhes retira o mérito, obviamente que são uma peça fundamental da prestação de bons cuidados de saúde quer em hospitais quer noutro tipo de instituição.
Mas e os outros? Será que vão demorar muito tempo a acordar para a realidade? Será que não sentem que têm um papel importante? Falo, por exemplo, da minha classe profissional e dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica. Que seria de um hospital se o pessoal da farmácia decidisse fazer greve? Será que já alguém perdeu um bocadinho de tempo a pensar como é que aparecem os todos os medicamentos, os soros, os sangues, as seringas, o oxigénio and so on?! Como viveria um hospital com os TDTs em greve, sem ECGs, sem radiografias, sem serviço de Radioterapia, sem possibilidade de efectuar análises, sem se conseguir fazer a fisioterapia dos doentes que dela necessitam?
E os auxiliares de acção médica? E as senhoras da limpeza? E os seguranças? As cozinheiras?
Todos são necessários, caso contrário não estariam lá. Cada um desempenha o seu papel e só da união conjunta de todos os contributos se consegue chegar onde se pretende: a melhoria da qualidade de vida do doente, se possível a sua cura.
Se os enfermeiros querem melhores condições, certamente todos os restantes profissionais que trabalham em saúde sentirão necessidade do mesmo. Só que não se unem, não se mexem... Porque provavelmente ainda não perceberam que também fazem falta, que são uma peça na engrenagem da grande máquina...
Foto: Keira Knightley... à espera de qualquer coisa...
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