Estávamos no 12º ano. A minha professora de Português era uma tia de Cascais, muito parecida com a Lili Caneças. Apesar de eu merecer um 18 como nota final, ela disse que apenas me ia dar 17 porque "o meu Português era prosaico e ia descer nos exames nacionais". Nunca foi minha aspiração escrever romances, sou da área de ciências e apenas me interessa escrever correctamente. Tenho a plena consciência que escrevo razoavelmente bem e envergonha-me muitas vezes ver pessoas da minha área que dão tantos erros a escrever, mas isso são outras histórias...
Continuando, o que mais me magoou foi o facto de a professora ter dito aquilo em frente de toda a turma. Fui a exame nacional e tive 19 com o meu português fraquinho. Se bem me recordo foi uma das melhores notas da escola.
E porque é que vem o José Saramago para a conversa? Simplesmente porque a dita professora detestava a escrita e a pessoa que era Saramago. A minha reflexão foi simples: tudo o que ela não gosta, interessa-me. E foi por isto que comecei a ler o Memorial do Convento.
3 comentários:
Hmmm... É uma razão para ler Saramago como qualquer outra. A verdade é que não conheço a escrita dele e, como homem, parece-me que deveria ser detestável. Nem sempre a morte consegue glorificar uma vida má. Quanto à prof. de Português, falaste aí numa coisa que eu acho, e sp achei hedionda: "Não te vou dar uma nota boa porque acho que a seguir vais descer!" Qual a lógica? Qual a justificação? Isto só se pode justificar com algo que é mais que tacanhez de pensamento, é estupidez, burrice. E é verdade, há por aí muito licenciado que não sabe falar nem escrever. NA
gostei do post. simples e sincero :) bonito!
Been there, done that... no 12º a minha professora (absolutamente maluca) resolveu que dava as notas à turma a partir da minha nota. Resultado: ganhei inimigas para a vida. Depois, no final do ano, também não me deu a nota que eu merecia porque "não vou conseguir explicar um 20 a Português em conselho de turma". Fiquei com 19... No meio disto tudo, o que valeu é que ela, apesar de doida, era boa professora e soube encaminhar-nos para os autores certos. E o Saramago já por ali andava...!
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