quarta-feira, 26 de maio de 2010

A chave da casa

Quando era pequena dizia à minha mãe que havia de ter empregada doméstica. E o Segredo fez-me a vontade. Não devemos dizer as coisas só porque sim, porque elas acabam por acontecer. Mas eu era uma miúda e não tinha consciência de que a privacidade é algo fundamental.
É muito bom ter uma pessoa a tratar-nos da casa, sobretudo quando trabalhamos e fazemos um Mestrado e mal temos tempo de respirar, mas é muito mau saber que andam a mexer nas nossas coisas.
E é ainda pior quando a senhora começa a trabalhar às 12h30m e às 10h20m oiço alguém abrir a porta. Não espero por ninguém e por isso um calafrio começa a apoderar-se de mim. Rapidamente ao perceberem que a casa não está vazia, tornam a fechar. O meu sangue assustado fica ainda mais gelado. Não sei se a pessoa ficou dentro ou fora de casa. Não sei quem é. Pego no abre-cartas (devia servir de muito) e vou até à porta. Verifico que no patamar está a senhora mais a porteira à conversa. O meu sangue praticamente entra em sublimação, de congelado passa a um estado fervente! A pessoa nem na sua própria casa pode estar descansada? Isto deixa-me a questão... O que vinham cá fazer e o que fariam se eu não estivesse cá. E esta quebra de confiança prova-me que não gosto mesmo nada que mexam nas minhas coisas, que entrem em minha casa e no meu espaço de conforto. Acabado o Mestrado prefiro tomar conta dos afazeres da casa.

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