Vou regressar cerca de 2 horas atrás para poder descrever o que se passou...
Estou no autocarro de pé. À minha frente está a televisão pendurada no meio do veículo. Atrás de mim está um grupo de três homens que conversam de modo ruidoso. Na televisão um anúncio alerta: UMA em cada SEIS mulheres na Europa é vítima de violência doméstica. Alheados, penso que nem repararam sequer que existe ali uma televisão, continuam a conversar. É então que começo a tomar atenção ao que estão a dizer. "Ela não cozinha... Se fosse minha mulher eu dizia-lhe!" "Podes crer, era o que faltava" - Páro de escutar, o meu pensamento anda longe nesta altura. Acabou de dar o anúncio que devia fazer arrepiar qualquer pessoa e o que ouço é isto? Longe vai o tempo em que a mulher era ser sem opinião, destinada a viver para fazer as tarefas do lar, satisfazer o marido e ouvir, levar e calar. Enfim... Se ainda existem homens que pensam assim bem podemos arregaçar as mangas e continuar a luta que as gerações anteriores têm vindo a travar.
"E depois vem contar isto e chora, uma homem chorar por uma mulher?!" De certeza que houve pelo menos uma mulher que já chorou por ele na vida, que foi a própria mãe.
E pronto, não me apetece continuar a comentar o assunto, basta olhar para as estatísticas e reflectir por que caminho levamos o mundo em que (sobre)vivemos.
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